13 de maio de 2010

AVISO!!

Caro/as Amigo/as

Caro/as Amigo/as
Peço imensa desculpa por este aviso em cima da hora. Uma vez mais lamento informar-vos da minha indisponibilidade para assegurar amanhã (29 de Maio), como estava programada, mais uma sessão do “Romper os Sapatos” rumo a Compostela. Afazeres profissionais impedem-me totalmente. Pelos vistos o Senhor de Matosinhos não é lá muito amigo de Santiago…
Assim, e porque os dois próximos fins-de-semana (5 e 12 de Junho) são também “complicados” por causa das “pontes”, apresento-vos o seguinte programa:
19 de Junho (manhã) - etapa do Carvalhido ao Padrão da Légua (contornando a Quinta da Prelada e Requesende)
26 de Junho (noite, 21.30) - repetição, à luz do archote, da 2ª etapa: da Sé aos Clérigos
03 de Julho (tarde e noite - sujeita ainda a confirmação) - caminhada, “a sério”, entre a Ponte de Zameiro e a Igreja de S. Pedro de Rates (cerca de 10 kms, 4 horas), seguida de jantar e queimada galega no Albergue de Peregrinos de S. Pedro de Rates. A ideia é (tendo em conta a longa distância e os “efeitos” da queimada) assegurar os serviços de um autocarro que, tomado num ponto a combinar no Porto e/ou Matosinhos, nos leve até ao início da caminhada e que, depois, à noite, nos vá buscar a Rates e nos devolva ao ponto de encontro. Dentro de dias (depois de tudo acertado com o Albergue) indico custos (jantar + viagem; o "guia" é de borla).
Vou entretanto adiantando desde já a possibilidade de continuarmos estas nossas caminhadas mensais pelos caminhos de Santiago a partir de Setembro:
Setembro: Padrão da Légua - Santiago de Custóias - D. Goimil - Mosteiro de Moreira da Maia
Outubro: Arrábida - Massarelos - Campo do Rou - Torre da Marca - Torre Pedro Cem - Boavista - Monte de Ramade
Novembro: Monte de Ramalde - Francos - Ramalde do Meio - Viso - Senhora da Hora
Dezembro: S. João da Foz - Praia de Carreiros - ilha do Queijo - Praia de Matosinhos - Bouças
Janeiro: Matosinhos - Guifões - Ponte do Carro - Santa Cruz do Bispo
Aproveito, também, para vos informar que as autoridades galegas modificaram as regras de entrega da “Compostela”. Mantém-se a obrigatoriedade de fazer 100 Kms e dos mesmos estarem provados pelos carimbos no “passaporte/credencial”. O problema é que, agora, independentemente do nº total de kms que o peregrino faça, os 100 que “contam” têm que ser obrigatoriamente coincidentes com os últimos 100 antes de Compostela!!!!! Vamos, assim, ver como é que nos corre a etapa de 3 de Julho e, dependendo da avaliação que façamos, poderemos, eventualmente, programar algumas saídas até à Galiza para fazer os tais cem quilómetros.

Bom... a mensagem já vai longa. Peço que, dentro do que vos for possível, a transmitam entre os vossos contactos.
Uma vez mais desculpem por ser em cima da hora (estive até há poucos minutos na expectativa de não ter que comunicar este adiamento)
Bjs e abraços
Joel

14 de abril de 2010

6ª ETAPA: DO CARMO AO CARVALHIDO. Alguns avisos

Caro/as Amigo/as
E depois do merecido descanso pascal cá estamos de volta para continuar a "romper sapatos", rumo a Compostela, pelos velhos Caminhos de Santiago que partem do Porto.
Nesta sexta etapa, depois de na anterior termos alcançado o Mosteiro de Leça do Balio pela antiquíssima estrada romana e medieval para Braga, regressamos ao Porto e partimos do Largo dos Ferradores (actual Praça Carlos Alberto) por uma outra estrada, igualmente antiga: a que ligava a cidade ao Norte litoral, nomeadamente à Póvoa e Viana do Castelo.
O ponto de encontro é, como já está divulgado há muito, no Café Âncora d'Ouro (mais conhecido pelo "Piolho"), presentemente a comemorar o seu centenário. Não se esqueçam dos vossos passaportes. Até porque o carimbo inicial vai ser exactamente (espero) o do Café Piolho.
Depois rumaremos pela Rua de Cedofeita. A meio desta sugiro uma alteração ao plano inicial que vos apresentei em Outubro. Isto porque estive a "ensaiar" recentemente o percurso previamente pensado para este dia (De Carlos Alberto ao Monte dos Burgos, via Viela dos Abraços e Requesende)e cheguei à conclusão de que era "muito puxado". Assim sendo, proponho um trajecto algo mais curto (apenas até ao Carvalhido), mas com um pequeno desvio que, acho, será do interesse de todos: uma visita à velha igreja românica Cedo... Feita. Aí colocaremos o segundo carimbo da etapa.
Depois da visita à igreja de Cedofeita retomaremos a caminhada pela velha estrada (esqueçam a Rua Oliveira Monteiro)que nos levará até à Ramada Alta e daí, através da Rua 9 de Julho, até à Praça do Exército Libertador (Carvalhido), com passagem pelo singelo "Senhor do Padrão". No Carvalhido visitaremos a antiga "Povoação das Pirâmides", colocaremos o último carimbo do dia e poderemos tomar o autocarro de regresso ao Carmo.
Para a Turma A a saída é já este sábado 17. A Turma B partirá a 24. Não se esqueçam dos passaportes e (atenção Turma A!!!) prestem atenção às previsões metereológicas.
Ameaço voltar.
Joel

14 de março de 2010

A VIRGEM EMPRENHOU PELOS OUVIDOS!




(fotos Maria Beatriz Capitão)

Durante esta etapa despertou muita curiosidade a fabulosa placa funerária em bronze, evocativa do balio D. Frei Estevão Vasques Pimentel, datada do século XIV e que se pode contemplar na Capela do Ferro do Mosteiro de Leça do Balio. A razão da sua celebridade prende-se com a sua raridade e o seu valor artístico. Mas é claro que a cena da Anunciação com a Virgem a "emprenhar pelos ouvidos" é sempre motivo de grande surpresa. Sobre isso remeto-vos para um textito que redigi em tempos:

http://joelcleto.no.sapo.pt/textos/Comercio/Lamina%20de%20Balio.htm

11 de março de 2010

A PONTE DA PEDRA E AS BENGALADAS DO CAMILO




(fotos Maria Beatriz Capitão)

Sobre o episódio que tanto interesse despertou das "bengaladas" de Camilo Castelo Branco na estalagem da Ponte da Pedra e também sobre este monumento de origem romana, deixo aqui um link para um texto que escrevi há já alguns anos:
http://joelcleto.no.sapo.pt/textos/Comercio/PontedaPedra.htm

3 de março de 2010

5ª ETAPA: DE PARANHOS A LEÇA DO BALIO



(fotos Arminda Gonçalves)

A 6 e 13 de Março realizou-se esta etapa que nos conduziu desde Paranhos/Amial até ao Mosteiro de Leça do Balio. Proseguimos, assim, a velha estrada romana e medieval que vimos calcorreando desde a Praça da Ribeira. Começamos a caminhada na surpreendente (mas também esclarecedora) Rua do Carriçal, abordamos depois a Estrada da Circunvalação e seguimos para o Telheiro. Deixamos para trás a cidade do Porto e entramos no concelho de Matosinhos. No Telheiro uma curiosa capela recorda a lenda que indica que Santo António por aqui passou durante uma peregrinação a Compostela. Foi também o local onde colocamos o primeiro carimbo do dia na "credencial de peregrino". Seguimos depois em direcção ao centro de S. Mamede de Infesta e descemos a Rua da Estrada Velha (topónimo bem evocativo da antiga estrada romana) com uma curta mas necessária paragem na Casa-Museu Abel Salazar, local onde colocamos o nosso segundo carimbo. Daí avançamos para a romana Ponte da Pedra sobre o rio Leça e, depois, cruzando o santuário e o Parque de Sant'Anna, chegamos ao mosteiro de Leça do Balio. Para terminar, e depois de colocado o último carimbo do dia no "passaporte", procedeu-se a uma visita pormenorizada a este mosteiro que, com origem no séc. X foi, posteriormente a primeira sede em Portugal da Ordem dos Cavaleiros de S. João de Jerusalém do Hospital (os "Hospitalários"). Sobre alguns pormenores deste monumento deixarei, nos próximos dias, algumas "dicas" no nosso blogue.
Joel Cleto

ARCA D'ÁGUA: DOIS ESCLARECIMENTOS


(foto Maria Beatriz Capitão)
Durante a nossa caminhada e a propósito da travessia do jardim da Arca d'Água, colocaram-se duas questões: desde quando é que se encontrava no seu interior o conjunto escultórico que podemos observar e qual o seu significado, e, por outro lado, o que é que esteve na base do duelo que aí teve lugar entre Antero de Quental e Ramalho Ortigão.
Pois cá vão os esclarecimentos. A escultura intitula-se "A Família". Data de 1972 e é da autoria de Charters de Almeida.
Sobre o duelo deixo-vos com um texto que me foi enviado pela Arminda Gonçalves:

Questão Coimbrã
Polémica do Bom Senso e Bom Gosto
Duelo entre Antero e Ramalho
Tudo começou com a célebre Questão Coimbrã que originou uma autêntica guerra literária no seio da comunidade estudantil nos anos sessenta do século XIX. Opunham-se, de um lado, uma facção conservadora, acomodada, ultra-romântica representada por António Feliciano de Castilho e do outro, os estudantes liderados por Antero de Quental que recusavam a Sebenta e defendiam a Ideia Nova. Esta nova ideologia, dos movimentos estéticos do Realismo e do Naturalismo, fazia-se sentir um pouco por toda a Europa, sobretudo em França, e chegava a Coimbra, directamente de Paris, através das modernas linhas de caminho-de-ferro criadas pela Regeneração.
As duas facções são totalmente opostas e a atmosfera em Coimbra vai-se adensando. Castilho, em carta a um editor, ataca a escola de Coimbra, nomeadamente Teófilo Braga e Antero de Quental, apelidando-os de espíritos nóveis e boçais. É então que Antero responde, publicando no Jornal do Comércio, o artigo Bom Senso e Bom Gosto, que acabará por dar nome à questão, que se vai, cada vez mais, intensificando e alargando com a participação de múltiplas publicações de vários críticos e escritores que descem à liça a marcar a sua posição na contenda. Também Ramalho Ortigão participou com um dos artigos mais equilibrados da polémica, Literatura de Hoje, no qual critica as posições literárias de Castilho, mas não se inibe de duramente criticar os ataques de Antero, acusando-o de cobardia, por ter invocado, como argumentos, a velhice e a cegueira do poeta Castilho.
São estes os acontecimentos que vão estar na origem do famoso duelo entre Antero e Ramalho na manhã de 6 de Fevereiro 1866 no Largo da Arca d’Água, no Porto. Foi coisa rápida. Antero fere Ramalho num braço logo no primeiro assalto. A luta termina, as honras ficam lavadas e os dois escritores reconciliam-se.

Um relato de Antero de Quental
Ramalho Ortigão escreveu insolências bastante indignas a meu respeito num folheto a propósito da sempiterna questão Castilho. Eu vim ao Porto para lhe dar porrada. Encontrei, porém, o Camilo o qual me disse que adivinhava o motivo da viagem e que antes das vias de facto, ele iria falar com o homem para ele dar satisfação. Aceitei. A explicação, porém, do dito homem pareceu-me insuficiente e dispunha-me a correr as eventualidades da bofetada quando me veio dizer o Camilo que o homem se louvava em C.J.Vieira e Antero Albano com plenos poderes de decidir a coisa e que fizesse eu o mesmo em dois amigos meus; na certeza de que uns e outros seriam considerados padrinhos de um duelo (!) no caso de se não entenderem a bem... Que can-can!
Ramalho Ortigão, Carta a António de Azevedo Castelo-Branco, Janeiro de 1866

Um relato de Camilo Castelo-Branco
Em 1866 na belicosa cidade do Porto, defrontaram-se de espada nua dois escritores portugueses de muitas excelências literárias e grande pundonor. Correu algum sangue. Deu-se por entretida a curiosidade pública e satisfeita a honra convencional dos combatentes. Alguns dias volvidos ia eu de passeio na estrada de Braga e levava comigo a honrosa companhia de um cavalheiro que lustra entre os mais grados das províncias do Norte. No sítio da Mãe-de-Água apontei a direcção de um plano encoberto pelos pinhais e disse ao meu companheiro: Foi ali que há dias a «Crítica Portuguesa» esgrimiu com o «Ideal Alemão»!
Camilo Castelo-Branco, A Doida do Candal

(1) - É esta geração, designada de Geração de 70, que, na década seguinte, já em Lisboa, vai organizar as polémicas Conferências do Casino, cujo programa não será totalmente cumprido devido a uma proibição do governo. Eça de Queiroz, na sua conferência, diz o seguinte sobre o Realismo (…) O realismo é bem outra coisa: é a negação da arte pela arte; é a proscrição do convencional, do enfático e do piegas. É a abolição da retórica considerada como arte de promover a comoção usando da inchação do período, da epilepsia da palavra, da congestão dos tropos. É a análise com o fito na verdade absoluta. Por outro lado, o realismo é uma reacção contra o romantismo: o romantismo era a apoteose do sentimento; o realismo é a anatomia do carácter. É a crítica do homem. É a arte que nos pinta a nossos próprios olhos – para nos conhecermos, para que saibamos se somos verdadeiros ou falsos, para condenar o que houver de mau na nossa sociedade. (…)
A Literatura Nova ou o Realismo como Nova Expressão de Arte, Eça de Queiroz (Conferência em12 de Junho de 1871)


Bibliografia
Maria do Carmo Castelo-Branco, Maria de Lourdes Alarcão, Do Tibur ao Cenáculo, Porto Editora
www.vidaslusofonas.pt

19 de fevereiro de 2010

4ª ETAPA: DA LAPA A PARANHOS









Fotos de Mário Costa Pereira com excepção da do grupo.

18 de fevereiro de 2010

AVISO 2/2010


Caro/as Amigo/as
Aproveitando esta foto da Fernanda Rente, na qual eu me dirijo "às massas" a partir do alto da Fonte das Oliveiras, na nossa terceira etapa, venho por este meio fazer alguns avisos relativios à etapa do próximo sábado. Relembro que se trata da quarta etapa e que será efectuada pela turma B. Propositadamente, apesar de já ter recebido muito material (textos, fotos, sugestões) relativo a este mesmo percurso, na sequência da sessão já realizada pela turma A, só os irei colocar no nosso blogue depois das duas turmas o terem completado.
O ponto de encontro, como indicado no topo do blogue,será às 9.30 no café da esquina da Rua da Boavista com a Praça da República. Tenho também já a autorização da "Águas do Porto" para efectuarmos a visita subterrânea à Arca d'Água. Trata-se de uma autorização excepcional uma vez que, por motivos de segurança, já não se realizam visitas aos referidos subterrâneos. A visita está, contudo, sujeita a alguns condicionalismos. O primeiro é que terá que ser feita em grupos de cerca de 20 a 25 pessoas, pelo que teremos que o realizar pelo menos por duas vezes. Por outro lado só poderemos efectuar esta visita depois das 11.30. Tal vai implicar uma ligeira alteração no trajecto inicialmente previsto. Por tal motivo rumaremos primeiro até à igreja de Paranhos e só depois desviaremos para a Arca d'Água. Esta alteração horária é, também, importante para os elemntos da Turma A que, impossibilitados de realizarem esta "descida" no passado dia 6 de fevereiro, ficaram de ir ter com a Turma B por volta das 11. Escusam, portanto, de ir tão cedo. Basta às 11.30.
Se possível levem uma lanterna e, se se sentirem mais seguros dessa forma, levem umas galochas na mochila. Embora em princípio não sejam necessárias.
Até sábado
Beijos e abraços
Joel

FANTÁSTICAS FOTOS - 2




O Renato Cerqueira voltou a brindar-nos com fabulosas imagens. As de cima (o Porto Antigo visto dos Clérigos, o interior da Igreja dos Cléricos e o cruzeiro de Santiago no interior da Capela do Olho Vivo) são apenas uma pequena (e não significativa) amostra. Podem observar toda a "reportagem" em: http://renatocerqueira.zenfolio.com/cordoarialapa

Relembro que uma "repostagem" idêntica para a primeira etapa está disponível em:
http://renatocerqueira.zenfolio.com/ribeirase

Não percam a visita!

FANTÁSTICAS FOTOS - 1


Aproveitando esta belíssima foto da Arminda Gonçalves, obtida no "miradouro" do Alto da Lapa, na nossa terceira etapa, aproveito para vos remeter para dois fabulosos conjuntos de "fotos animadas" (traillers)da 1ª e 3ª etapa da autoria da Cristina Feliz. São uma forma muito interessante de (re)visitarmos essas nossas visitas.
Agradecendo uma vez mais à autora cá vão as explicações da Cristina Feliz:

São projectos de Foto-Animação ainda em construção. Os ficheiros são granjolas, por isso só são aconselháveis a quem tenha Banda Larga e devem ser vistos em HQ
Seguem os links para os Traillers de 2 dos passeios:
Primeiro Passeio - 31 de Outubro de 2009 - Da Ribeira à Sé:

http://picasaweb.google.com/lh/photo/IKZW69se8zmaY_BYR6Q4YQ?authkey=Gv1sRgCIntmLa7yZahxQE&feat=directlink

Terceiro Passeio - 9 de Janeiro de 2010 - de Carlos Alberto à Lapa (via Torre dos Clérigos):

http://picasaweb.google.com/lh/photo/3Sx4xLe63X1IhMcLzv2Bmw?authkey=Gv1sRgCIntmLa7yZahxQE&feat=directlink

3 de fevereiro de 2010

COMUNICADO 1/2010


Uma multidão! Um mar de gente no interior da Capela do Olho Vivo, na nossa sessão de 9 de Janeiro 2010 (foto Joel Cleto)

Caro/as Amigo/as

Na sequência da nossa ultima sessão (9 de janeiro) e da minha proposta de dividir o grupo em dois (face à grande adesão registada) procedi à constitução de duas "turmas". Faço recordar, no entanto, que estes grupos não serão rigidos e estanques. Aceitarei propostas de mudança de grupo e, se por um motivo ou outro, num determinado mês um elento de um dos grupos não conseguir ir à viagem, é claro que a poderá realizar com o outro grupo. Pode também acontecer que, por motivos logísticos, tenhamos num caso ou noutro que juntar novamente os dois grupos.
Com base nalgumas sugestões e pedidos que recebi constituí as turmas A e B da forma que podem observar na coluna do lado direito deste blogue.
Beijos e abraços. Ameaço voltar.
Joel Ceto

2 de fevereiro de 2010

DA CORDOARIA À LAPA - 2






Mais algumas belas imagens e registos obtidos por Mário Costa Pereira durante a nossa "peregrinação" de 9 de Janeiro, na Praça Carlos Alberto e na Praça da República.

3ª ETAPA: DA CORDOARIA À LAPA




O Porto visto da Torre dos Clérigos (fotos de Mário Costa Pereira)

Sábado, 9 de Janeiro de 2010 - terceira etapa desta nossa peregrinação. Início na igreja e torre dos Clérigos (Irmandade dos Clérigos Pobres), construídas, com grande polémica, sobre o antigo Adro dos Enfocados (onde eram enterrados os sentenciados com a pena de morte e aqueles que haviam morrido "fora da religião católica"). O intenso frio não impediu que parte significativa do grupo subisse ao topo da torre para contemplar uma das mais belas perspectivas sobre o Porto Histórico.
A viagem prosseguiu pelo Carmo e Praça Carlos Alberto(referências à Ordem Terceira, ao monumento ao soldado desconhecido da Grande Guerra, e à estátua a Humberto Delgado)que já foi o Largo dos Ferradores. Prosseguimos pela antiga estrada romana e medieval que unia o Porto a Braga - a actual Rua dos Mártires da Liberdade (explicação do topónimo, que se prende com um grupo de liberais condenados à morte durante o período absolutista de D. Miguel, na sequência de uma tentativa de revolta - a "Belfastada"). Breve descanso na Praça da República, antigo Campo de Santo Ovídio, objecto de profundo reordenamento urbanístico por parte dos Almadas no século XVIII, incluindo a construção do grande quartel militar neo-clássico no topo norte da praça.
Deslocação e breve visita à Igreja da Lapa. As suas lendas e a sua história, profundamente ligada ao Cerco do Porto e ao rei D. Pedro IV, cujo coração se encontra guardado no seu interior. Breves referências ao Cemitério da Lapa - o primeiro cemitério "moderno" da cidade e visita à capela do Senhor do Olho Vivo, no interior da qual se pode contemplar um fabuloso (e muito desconhecido) cruzeiro (século XVI/XVII ?) evocativo de Santiago e das peregrinações. Distribuição, com o apoio da Associação de Estudos Jacobeus, do Porto, do Passaporte de Peregrino aos participantes deste ateliê do Centro de Formação de Professores de Matosinhos.
A etapa terminou com a subida ao miradouro do Monte da Lapa a partir do qual se pode contemplar uma das mais belas (mas também das mais desconhecidas) panorâmicas da cidade e seus arredores.

20 de dezembro de 2009

O PORTO E OS JUDEUS - 5. OS MARRANOS



As escadas da Esnoga (Sinagoga) e orgão de tubos no interior da igreja paroquial da Vitória. Fotos de Maria Beatriz Capitão, em 5 de Dezembro de 2009, durante a sessão de "Romper os Sapatos".

Ainda a propósito da presença judaica no Porto, e das conversas/reflexões que motivou a nossa última "peregrinação" do "Romper os Sapatos", que incidiu sobre o morro da Vitória, no Porto, local da antiga judiaria medieval da cidade, recebemos no nosso colega João Ferreira (a quem transmito um abraço de agradecimento), as seguintes notas:

Sabendo que em História as verdades são circunstanciais e que tudo é sempre questionável...
Na Galiza e no Alto Minho Interior, "desde tempos imemoriáveis"(1) e ainda vulgarmente até hoje, o animal porco sempre foi chamado de marrano ou de porco mesmo,
Aí, igualmente, desde tempos imemoriáveis e até hoje, marrano também foi e é utilizado depreciativamente designando sujo, imundo, sem o mínimo de higiene, proximamente indesejável,
O termo, também sempre foi e continua a ser usado nas zonas de influênca galaica (só celta?), numa perspectiva eticamente solidária com crianças e amigos, em termos de chamada-de-atenção para a higiene corporal e alimentar fudamental para o bem estar individual e comunitário e para evitar enfermidades.
Na galiza, só utilizam a palavra cerdo (para o porco) quando têm que falar castelhano, especialmente com os migrantes ou turistas nacionais ou estrangeiros (e a custo, porque a palavra para eles sempre foi marrano).
A palavra cerdo foi-lhes imposta ao fim das inúmeras tentativas de unificação linguística de Espanha,
Cochino (francesismo), só muito recentemente usado, tem os mesmos significados de insulto e para denominar o animal pequeno.
Provavelmente, os tais "judeus perdidos" e independentemente de serem insultados de marranos pelas suas práticas sócio/culturais e religiosas diferentes dos seguidores católicos então dominantes, poderiam eles mesmos se auto-intitularem de marranos, pelas diferenças de comportamentos higiénicos (bons ou menos bons) que verificavam existir relativamente aos não judeus.
De recordar que os muçulmanos, de que na época, e sempre, ficou presença no norte de Portugal, faziam e fazem as suas várias orações diárias, virados para Meca, apenas só após estarem limpos, seja pelo menos com as mãos e a cara passadas por água.
Aí os judeus poderiam sentir uma diferença, por as suas práticas diárias não serem tão exigentes.

(1) Fonte: Contactos/entrevista com idosos de idade bastante avançada, adultos conhecedores da História Galaica, jovens, jovens estudantes e muito jovens de várias povoações da Galiza e do Alto Minho. Alguns contactos confirmatórios renovados após a 2ª etapa de "romper os sapatos".

João Ferrreira


Ainda sobre este tema não posso deixar de remeter os colegas para um interessante e pequeno estudo de uma investigadora brasileira. Nele ela aborda também a origem etimológica de "marranos", com base nos "porcos" mas também, curiosamente, na própria língua hebraica. Finaliza com surpreendentes explicações para a origem de expressões como "Ficar a ver navios" ou "pensar na morte da bezerra"... Podem consultar em http://www.filologia.org.br/viiifelin/39.htm

14 de dezembro de 2009

O PORTO E OS JUDEUS - 4. OS MARRANOS, O SÉCULO XX E A SINAGOGA DO PORTO



Durante o nosso último percurso, e enquanto atravessavamos a antiga judiaria do Porto,abordamos também, ainda que de um modo sucinto, a "resistência" de algumas famílias judaicas que, apesar de oficialmente convertidas ao cristianismo, continuaram secreta e clandestinamente, até ao século XX, a manter os seus cultos judaicos. Estas famílias e comunidades ficariam conhecidas como "marranos". A sua (re)descoberta para a comunidade judaica internacional (o "resgate" dos marranos) dar-se-ia apenas no início do século XX graças à acção do Capitão Barros Basto, destacado militar português na 1ª Guerra Mundial, a quem também se ficou a dever a construção no Porto, na Rua de Guerra Junqueiro, da Sinagoga Kadoorie - a maior da Península Ibérica(consultar http://pt.wikipedia.org/wiki/Sinagoga_Kadoorie). A instauração do Estado Novo e as pressões da Igreja Católica acabaram por condicionar fortemente a acção de Barros Basto que viria mesmo a ser demitido do Exército, perdendo todos os títulos e condecorações com que havia sido agraciado na sequência da sua destacada participação no conflito mundial. Decorre actualmente uma campanha internacional visando a sua reabilitação (consultar http://www.petitiononline.com/benrosh/petition.html)

6 de dezembro de 2009

O PORTO E OS JUDEUS -3. EXPULSÃO E RESISTÊNCIA

(O (desaparecido) monumento à memória da presença judaica no morro da Vitória. Foto de Sérgio Jacques, de 2007, in http://obradouro.blogspot.com)

No final do século XV, a 5 de Dezembro de 1496, o rei D. Manuel I decreta a conversão obrigatória dos judeus (que passarão a ser designados por cristãos-novos) ou a sua expulsão do reino. A comunidade judaica do Porto, que apenas quatro anos antes acolhera pelo menos mais trinta famílias refugiadas das perseguições em Espanha, não foi excepção. Desaparecia assim a judiaria que, durante muito tempo, abrigou os médicos e físicos judeus, quase os únicos a que a população da cidade podia recorrer. Mas também mercadores, mesteirais, ourives e muitos homens cultos. E desaparecia também o lugar de culto judaico: a sinagoga.
Mais de um século depois, no terreno daquele antigo espaço religioso hebraico, foi edificado um mosteiro beneditino que, na padieira da sua portaria, ostentava, em latim, a seguinte inscrição: "Aquela que foi sede das trevas é o palácio do sol. Expulsas as trevas, o sol bento triunfa". Curiosamente é este triunfo, esta "vitória", do sol bento (o cristianismo) sobre a sede das trevas (o judaísmo, a antiga judiaria e a sua sinagoga) que estará na origem da designação deste mosteiro (S. Bento da Vitória) e do rebaptizar de toda este morro que, assim, perderá paulatinamente o seu antigo topónimo (Olival) em deterimento de Vitória. (texto: Joel Cleto, in http://obradouro.blogspot.com )

O PORTO E OS JUDEUS - 2. A JUDIARIA DO OLIVAL



O grupo "Romper os Sapatos" na antiga judiaria do Porto (fotos Maria Beatriz Capitão)

A presença de judeus no Porto está documentada desde épocas medievais muito recuadas. E, até ao século XIV, o viajante ou peregrino que penetrasse no burgo facilmente contactaria com a comunidade judaica que, embora concentrada em torno de duas ou três artérias, se localizava dentro da velha muralha românica da cidade. Sabe-se, de resto, documentalmente, que haveria mesmo uma sinagoga na actual Rua de Santana, bem perto de uma das velhas portas de entrada na povoação.
Contudo, e não obstante a aparente boa vizinhança que terá caracterizado durante alguns séculos as relações entre a maioria cristã e a comunidade hebraica da cidade, a intolerância religiosa e xenófoba acabariam por se revelar no século XIV. Trata-se de um período de grandes crises políticas, militares e sanitárias, e os judeus foram, então, como em tantas outras épocas de crise anteriores e posteriores, diabolizados, usados como "bode expiatóro" e apontados muitas vezes como os causadores de todos os males.
Este fenómeno que se alastrou a todo o continente europeu, em larga medida impulsionado pelo Papa que se encontrava na primeira linha na denúncia, combate e perseguição aos hereges judeus, chegou também a Portugal e ao Porto e, por volta de 1386, no reinado de D. João I, os judeus foram proíbidos de habitar no velho centro da cidade. A solução, por "mandado e constrangimento" do próprio monarca, foi a sua transferência para o morro fronteiro: o monte do Olival. Com esta política segregacionista juntava-se, num único bairro, os diversos núcleos judaicos, já que além do das Aldas/Santana havia também comunidades isrealitas em S. João Novo e em Monchique, no sítio conhecido por Monte dos Judeus e onde havia também uma sinagoga.
Apesar de se situar dentro das novas muralhas da cidade, erguidas poucos anos antes, a "judiaria nova do Olival" foi certamente uma solução a contra gosto dos judeus. Espaço claramente secundário, ficava também afastado do Porto ribeirinho, comercial e mais dinâmico. Mas, sem hipóteses de se oporem à vontade do rei, do bispo e dos poderosos, aí se fixaram. Aí nasceu e cresceu a judiaria, e no seu topo foi edificada a Sinagoga Nova. Até ao fim do século XV. Até uma nova e ainda mais profunda vaga de intolerância e perseguição religiosa. (texto: Joel Cleto, in http://obradouro.blogspot.com )

O PORTO E OS JUDEUS -1. AS ESCADAS DA ESNOGA



O grupo do "Romper os Sapatos" nas escadas da Esnoga (fotos Maria Beatriz Capitão)

No início da Rua de Belomonte, ainda junto ao Largo de S. Domingos, nasce a extensa escadaria da Vitória. Subida penosa é, contudo e de um modo incontornável, uma das mais rápidas e directas ligações entre a parte baixa e alta do morro da Vitória. É também a partir destas escadas que se pode contemplar uma das mais belas panorâmicas sobre o Porto medieval. Mas este é, igualmente, um dos espaços onde a presença judaica na cidade perdurou até aos nossos dias. Com efeito a toponímia salvaguardou essa Memória histórica e esse Património étnico de gentes, religiões e de culturas de que também é feita uma cidade. E o Porto foi feito de igual modo, durante muitos séculos, de uma extensa e importante comunidade de judeus que, desde o século XIV, se viu proíbida de habitar no morro da Sé e, por tal motivo, foi transferida para o morro do Olival. Nascia assim a judiaria do Porto, no alto da qual se ergueu uma nova sinagoga. No final do século XV os judeus foram definitivamente expulsos da cidade e do país. Mas, sintomaticamente, as escadas que, através da judiaria, conduziam à sinagoga, as rebaptizadas Escadas da Vitória, são também, ainda hoje, designadas por Escadas da "Esnoga".(texto: Joel Cleto, in http://obradouro.blogspot.com )

5 de dezembro de 2009

2ª ETAPA: DA SÉ AO LARGO DOS FERRADORES

O grupo junto ao monumento ao Soldado Desconhecido da Grande Guerra, na Praça de Carlos Alberto.

Sábado, 5 de Dezembro de 2009 - E, debaixo de chuva, cumpriu-se a segunda etapa desta "peregrinação" para Compostela. O início foi na Sé, junto à "muralha suévica" e à estátua a Vímara Peres - pretextos para se abordar as origens cristãs e católicas da cidade do Porto, com invasões e conflitos com mouros à mistura. Motivos para falar do Porto suévico, da conversão dos suevos e da cidade ao catolicismo durante o reinado de Teodomiro (com a lenda da igreja de "Cedo Feita" pelo meio), à invasão muçulmana da Penísula em 711 e à tomada do Porto por Abdazil em 716, à "reconquista" por Afonso I das Astúrias por volta de 750, às posteriores instabilidades e à presúria de Vímara Peres em 868, juntamente com os guerreiros gascões (entre os quais o Bispo que trouxe a Imagem de Nossa Senhora de Vandôme, "aportuguesada" por Vandoma - a actual padroeira da cidade do Porto). Incontornável foi, também, abordar a tomada da cidade em 997 pelo famoso guerreiro muçulmano Almanzor, antes da definitiva passagem da cidade para o domínio cristão.
Pacificada a região, integrada no condado portucalense, o Porto cresce significativamente a partir do século XII, rompendo a velha muralha alti-medieval e estendendo-se para o fronteiro morro do Olival. Foi nessa direcção que prosseguimos, depois de correr a Rua Escura e observar a Rua da Ponte Nova sobre o rio d vila. Já na margem direita deste, no morro do Olival, atravessamos o largo de S. Domingos (onde se recordou a existência no local de um antigo mosteiro medieval dominicano)e iniciamos a subida da encosta através das Escadas da Esnoga (sinagoga)abordando obviamente a judiaria que aqui se desenvolveu a partir do reinado de D. João I, bem assim como a (longa) história dos judeus na cidade. Passagem pela antiga bateria liberal da Vitória, durante o Cerco do Porto, e o impacto que este teve na igreja da Vitória (visita ao interior do templo, onde se observou a imagem da padroeira da autoria de Soares dos Reis e onde se fez diversas considerações à história e "estórias" da Imagem de Nossa Senhora de Fátima, a propósito de uma imagem aí existente da autoria de Guilherme Thedim, o famoso santeiro de Santa Cruz do Bispo/Matosinhos). Passagem pelo mosteiro de S. Bento construído sobre as ruínas da antiga sinagoga judaica e que, marcando a "vitória" dos cristãos sobre os judeus, motivou o nome pelo qual esta elevação passou a ficar conhecida (morro da Vitória em vez de morro do Olival). "Saída" da cidade pelo local da antiga porta do Olival e observação de alguns vestígios da desaparecida muralha fernandina ainda hoje observáveis no interior do actual Café do Olival. Visita ao jardim da Cordoaria e explicação da origem desta designação, ligada à produção de cordas que aqui se praticou a partir dos finais da Idade Média, em articulação com os estaleiros navais que se desenvolviam a algumas centenas de metros de distância nas praias fluviais de Miragaia. Referência ao adro dos enforcados onde, no século XVIII, se construiu a igreja e a torre da Irmandade dos Clérigos Pobres, vulgo "dos Clérigos"). A peregrinação prosseguiu pela antiga Praça do Pão (depois designada por Praça dos Voluntários da Rainha e, mais recentemente, por Praça Gomes Teixeira - mas que toda a gente conhece popularmente por "Praça dos Leões"), de onde se observou e comentou a igreja e antigo convento dos Carmelitas Descalços (desde 1910 quartel da Guarda Nacional Republicana)e a igreja e hospital da Ordem Terceira do Carmo. A caminhada terminou no antigo largo dos Ferradores (actual Praça Carlos Alberto)de onde partiam as principais estradas que ligavam o Porto ao Norte do país. (foto Joel Cleto)

26 de novembro de 2009

ÚLTIMA HORA: ENTRE LENÇÓIS!

Na escarpa da Pena Ventosa...(foto Maria Beatriz Capitão)

Hesitei e adiei o mais que pude esta mensagem. No entanto não tenho outra hipótese. Desde segunda feira que me encontro doente. Fui apanhado pela gripe. Não sei se pela A ou pela "outra", mas eles agora já não fazem os testes: mandam-nos para a cama e para casa sete dias! Pensei no entanto que - como me era habitual - três ou quatro seriam o suficiente. Constato agora que não. Só muito dificilmente estarei em boas condições no sábado de manhã. Ainda por cima as previsões meteorológicas são de alguma chuva e descida de temperatura.
Não me resta por isso outra alternativa que não seja comunicar-vos o meu impedimento e avançar desde já com outra data alternativa que proponho seja exactamente uma semana depois, isto é: 5 de Dezembro, com ponto de encontro à mesma hora, no mesmo local.
Entretanto desde já me comprometo que, se houver um número significativo de pessoas que não possa participar no dia 5, poderei repetir este mesmo percurso em data a combinarmos posteriormente.
Peço uma vez mais a vossa desculpa e pedia também a todos que, dentro dos vossos contactos, passassem esta informação. Até porque o grupo tem 65 "pré-inscritos" mas eu só possuo o mail de pouco mais de 40. E é claro que o nosso blogue continuará a dar conta desta situação e da sua evolução.

Obrigado,
Joel